Dados do Caged mostram que no acumulado em 12 meses foram abertas 1.613.752 vagas. No ano, chegou a 654.025
No mês de março, o Brasil registrou a criação de 71.576 vagas de emprego com carteira assinada, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério do Trabalho. Depois do recorde de 431 mil vagas em fevereiro — o melhor número da série histórica —, o resultado da geração de empregos em março foi mais tímido.
Esse também é o pior resultado para o mês de março desde 2020, quando foram registradas 294.985 postos fechados. No acumulado de 12 meses, de abril de 2024 a março de 2025, foram abertas 1.613.752 vagas. No acumulado de janeiro a março deste ano, o saldo é de 654.503 vagas.
Os números fazem parte do Novo Cadastro Geral da Empregados e Desempregados (Caged), sistema do governo que acompanha as admissões e demissões de trabalhadores com carteira assinada. Ele é um dos principais termômetros do emprego no Brasil e serve de base para políticas públicas voltadas ao mercado de trabalho.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que o desempenho mais tímido do mercado de trabalho em março já era previsto. Durante a apresentação dos dados do Caged, ele disse ter “preparado o espírito” da imprensa para um número abaixo do registrado em fevereiro, mês que classificou como atípico.
— Fevereiro foi um mês muito atípico no calendário brasileiro, sem carnaval e isso levava a um processo natural de eventual antecipação. O mês de março, eu já preparei o espirito de vocês, de que março poderia ser menor que o costumeiro — disse.
Ainda durante a coletiva, o ministro voltou a criticar o Banco Central e defendeu a redução da taxa básica de juros.
Quem mais contratou
O setor de serviços foi o motor do mercado em março, responsável por 52.459 novas vagas. Também se destacaram o setor de construção com 21.946 postos de trabalho e o setor de indústria, com 13.131 vagas.
Na contramão, os setores de agropecuária e comércio perderam fôlego, com saldos negativos de 5.644 e 10.310, respectivamente.
Na divisão por estados, 19 das 27 unidades federativas registraram saldos positivos. Os maiores valores de contrafação foram de São Paulo (+34.864), Minas Gerais (+18.169) e Santa Catarina (+9.841). Os menores saldos ficaram com Alagoas (-8.492), Rio de Janeiro (-6.758) e Mato Grosso (-3.544).
E o salário?
Quem conseguiu uma nova vaga em março começou ganhando, em média, R$ 2.225,17 um aumento de R$ 4,06 (0,18%) em comparação com o valor registrado em fevereiro (R$ 2.221,11). Em comparação com o mesmo período de 2024, o ganho real foi de R$ 29,25 (1,33%).
Fonte: Jornal O Globo
30 de abril de 2025