No trimestre móvel encerrado em fevereiro, taxa de desemprego fica em 6,8%. No período de três meses até novembro, ficou em 6,1%
A taxa de desemprego ficou em 6,8% no trimestre móvel encerrado em fevereiro, ante os 6,5% registrados nos três meses até janeiro. Apesar da ligeira queda, o rendimento médio do trabalho seguiu crescendo, mesmo diante das pressões inflacionárias.
Ante o trimestre móvel imediatamente anterior, a alta foi de 1,3%. Em relação a igual período de 2024, avançou 3,6%, atingindo o valor recorde R$ 3.378.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, e foram divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE.
Além do rendimento seguir em alta, o quadro é melhor do que um ano atrás mesmo na taxa de desemprego. No trimestre móvel até fevereiro de 2024, ela ficou em 7,8%.
Ao longo de 2024, com geração de empregos formais e informais, e avanço na renda, a taxa de desemprego registrou a média de 6,6%, o menor nível da série histórica da Pnad Contínua, que começa em 2012.
No geral, com exceção do rendimento médio, os indicadores pioraram na passagem do trimestre móvel terminado em novembro para o período de três meses encerrado em fevereiro. A taxa de desemprego foi de 6,1% no trimestre móvel até novembro.
Fatores sazonais
A alta do desemprego neste início do ano também pode ser explicada por fatores sazonais. Tradicionalmente, há aumento na taxa de desemprego e no total de desempregados no início de cada ano, por conta dos desligamentos de trabalhadores que estavam nas vagas temporárias tipicamente abertas no fim do ano anterior, segundo explicam economistas.
Na passagem do trimestre móvel terminado em novembro para o encerrado em fevereiro, 1,2 milhão de trabalhadores perderam seus empregos, quando se compara o total da população ocupada. Esse contingente encolheu em 1,2% nessa base de comparação.
Com isso, 701 mil pessoas entraram para a fila do desemprego – nem todo mundo que perde o emprego vai para a desocupação, já que, conforme os conceitos internacionalmente utilizados, o trabalhador precisa estar em busca de uma vaga para ser considerado desempregado.
Foi um aumento de 10,4% na população desocupada nessa base de comparação. No total, são 7,5 milhões de desempregados.
Na comparação com um ano antes, porém, os dados seguem melhores. Foram geradas 2,4 milhões de vagas, considerando a evolução da população ocupada, que cresceu 2,4%. Já o total de desempregados caiu 12,5%.
A taxa de desemprego repetiu o mesmo nível de igual período de 2014, ressaltou Adriana Beringuy, pesquisadora do IBGE.
Mesmo assim, nos últimos meses, especialistas vêm alertando que se espera uma desaceleração no mercado de trabalho ao longo deste ano. A expectativa é que os indicadores não sejam tão bons quanto em 2024, em parte por causa dos efeitos do aperto na política de juros pelo Banco Central (BC).
Fonte: Jornal O Globo
28 de março de 2025