Cientistas da Universidade de Gotemburgo, localizada na Suécia, alcançaram um avanço significativo ao criar um procedimento que consegue eliminar tumores cerebrais do tipo glioblastoma sem causar efeitos colaterais indesejáveis.

As descobertas iniciais desse estudo foram publicadas na revista científica iScience.

Para alcançar esse objetivo, os cientistas da Universidade de Gotemburgo, em colaboração com pesquisadores franceses, utilizaram uma abordagem em que bloquearam funções celulares específicas usando uma molécula acoplada. Isso levou ao estresse das células cancerígenas e, consequentemente, à sua destruição.

As células cancerígenas vivenciam um ambiente estressante e, para lidar com isso, elas se apropriam dos mecanismos utilizados pelas células saudáveis para regular a produção de proteínas e processar o excesso gerado por elas.

Os pesquisadores notaram que, ao bloquear esse processo de apropriação, as células cancerígenas eram levadas à morte.

Os glioblastomas representam aproximadamente 45% dos tumores cerebrais, e apenas alguns pacientes diagnosticados com essa condição conseguem sobreviver por mais de cinco anos após o diagnóstico e tratamento.

Com o objetivo de combater os efeitos desses tumores, os cientistas empregaram simulações computacionais avançadas para criar uma molécula capaz de atravessar a barreira hematoencefálica que protege o cérebro.

Dessa forma, ao combinar o novo método com quimioterapia, os pesquisadores observaram que não apenas as células cancerígenas eram destruídas, mas também era evitada a recorrência durante os 200 dias de análise.

Em comparação aos efeitos observados apenas com a quimioterapia, as células tumorais diminuíram nos primeiros cem dias de tratamento, porém logo voltaram a aparecer.

Além disso, constatou-se que a nova tecnologia não gerou efeitos colaterais em comparação aos tratamentos convencionais.

Nos testes realizados em camundongos, os animais mantiveram seu peso e não apresentaram alterações no fígado ou em seu comportamento.

Embora os resultados preliminares sejam promissores e sugiram a ausência de efeitos adversos mesmo em doses elevadas das moléculas, é importante ressaltar que são necessários estudos adicionais para confirmar essas constatações.

Os pesquisadores agora têm planos de dar continuidade às descobertas relacionadas ao glioblastoma e também pretendem testar o mecanismo desenvolvido contra outros tipos de tumores, como o de pâncreas e o de mama.

Até o momento, porém, o método não demonstrou eficácia contra outros tipos de tumores cerebrais.

É fundamental continuar a pesquisa para expandir o alcance do tratamento e explorar suas possíveis aplicações em diferentes formas de câncer.

Fonte: Jornal Contábil