A constatação que muitos sociólogos chegaram, não fui eu, é a de que os trabalhadores em sua grande maioria, não são politizados. Os trabalhadores declarados autônomos, ou empregados com vínculo celetista ou estatutário, urbanos e rurais, chegam ao impressionante patamar de 85% do eleitorado brasileiro.

 

Ironicamente, os trabalhadores têm dado muita preferência na hora de votar, em políticos declarados empresários, seus patrões, ou naqueles candidatos que carregam sobrenomes famosos, com forte tradição e presença na política partidária.

 

Um outro dado constatado, é de que os trabalhadores votam maciçamente em todas as eleições, o que seria um fator positivo, mas estes saem das cabines de votação eleitoral chamando todos os políticos de corrupto, ladrão e etc, quando ali poderiam ter votado num outro candidato que fosse sério e honesto, para mudar um quadro que eles próprios consideram errado.

 

Em suma, o trabalhador tá sempre com um poder danado em suas mãos em todas as eleições para mudar o quadro político, mas geralmente não o faz.

 

Por falta de conhecimento político, os trabalhadores deixam de fazer a leitura correta do perfil dos candidatos, para identificar se quem lhes pede o voto são candidatos com perfis conservadores ou progressistas.

 

Isto faz toda a diferença na hora de escolher em quem o trabalhador vai votar. Candidatos conservadores são todos aqueles ligados aos Partidos de direita, ligados à elite e que votaram a favor da Reforma Trabalhista.

 

Mas por não serem politizados, um grande contingente eleitoral de trabalhadores, irão ser conduzidos às urnas agora em outubro de 2018, pelo voto de cabresto, elegendo candidatos a deputados estaduais, federais, senadores e governadores, indicados por prefeitos, ex prefeitos, vereadores, chefes políticos, lideranças comunitárias, religiosas e entre outras, lideranças estas, com interesses totalmente alheios aos da classe trabalhadora, propriamente dita. 

 

Caberá aos Sindicatos, como ocorreu nas décadas de 40, 50 e até o golpe militar de 64, quando o trabalhismo ditou as regras da  política no País, trabalhar a politização de suas bases na atualidade, para dar mais consistência na consciência política do trabalhador.

 

 

Fonte: Frazão Oliveira